João Marcelino: "O 'e-paper' estreita relação com o leitor"
O que representa para a marca DN o lançamento do e-paper?
Representa, sobretudo, o fechar do círculo da venda do jornal, que para nós tem três vertentes: a banca e as assinaturas (em papel) e agora o e-paper (ainda o jornal mas num formato digital), ao qual as pessoas podem ter acesso em qualquer parte do mundo. No âmbito mais global da marca de informação DN temos outros projectos a correr: o site, claro, sempre em melhoramento, que em breve terá uma parte de conteúdos fechada, mas manterá um serviço em aberto, e, sobretudo, estamos a desenvolver aplicações, seja para o universo Apple seja para o Andróide. Brevemente estaremos no iPad, como estaremos em todas as plataformas e aparelhos de comunicação relevantes.
Porque é que o leitor do DN deve assinar a versão e-paper?
É mais uma opção que os leitores têm! Só isso. Quem dá valor à nossa marca, e a prefere, deve poder aceder a ela nos mais variados formatos e plataformas. Cada pessoa fará essa escolha, consoante o seu ritmo e modo de vida, e de acordo com o que mais lhe interessa e satisfaz.
O e-paper vem estreitar ainda mais a proximidade entre o leitor e o DN?
Sim, de um modo global. Vai ser possível a quem está em Sidney, em Los Angeles, em Seul, em Moscovo, ou qualquer outro local, poder comprar o jornal tal e qual ele sai em papel. Isto estreita a relação com o leitor. O DN já era uma marca de informação global através do site, mas passa a ser um jornal global com o e-paper, também ao nível da venda.
Com um histórico de 146 anos, a estratégia do DN será sempre olhar para o futuro?
Olhar para o futuro não é algo específico que se peça às empresas de comunicação social. Tem de ser exigido a qualquer empresa, em qualquer sector de actividade humana. As empresas que só olham para o passado estão condenadas. O DN, como a Coca-Cola ou a Nokia, está sempre a olhar para o presente e para o futuro. Quem olha para o passado, morre.
Qual o papel deste lançamento na estratégia global da Controlinveste?
Um papel, por um lado, significativo, e, por outro lado, pontual dentro da nossa estratégia de fundo. O eixo principal tem que ver com os dispositivos móveis, os smartphones e os tablets, por onde hoje passa a satisfação das necessidades informativas de muitas pessoas. O e-paper é um produto pontual. Fecha o círculo do jornal, que agora pode ser lido em todo o mundo e em multiplataforma. É importante, até porque abre mais um canal de receita, mas é apenas uma pequena etapa. Durante este ano, muitas outras se seguirão.